Quando, em fins do século XIX e início do século XX, os primeiros etnólogos a registrarem aspectos da cultura e da vida social dos Karajá, os alemães Paul Ehreinreich (em 1888) e Fritz Krause (em 1908), chegaram em território Karajá, nas
cercanias da Ilha do Bananal, aí encontraram uma sociedade bem estabelecida e estruturada, muito se admirando com a riqueza e a complexidade de seus sistemas rituais e cerimoniais. Completava tal cenário etnográfico uma pródiga produção de cultura material, com suas dramáticas máscaras que personificam entidades sobrenaturais nas danças rituais de Aruanã, passando pelas vistosas indumentárias e adereços ornamentais em plumária e trançados, até os elaborados grafismos
executados como ornamentação de corpos e de objetos. Entre os muitos itens da cultura material Karajá registrados pelos etnólogos, as bonequinhas feitas em barro, com as suas formas esteatopígeas (bases volumosas), foram objeto de particular
atenção, tendo sido descritas e reproduzidas em desenhos em seus cadernos de notas de campo e amplamente coletadas e levadas para museus e instituições acadêmicas na Europa.
Ainda hoje as famílias de “ritxoko” são fabricadas com este mesmo propósito, sendo mantidos todos seus aspectos sócio-educativos, assim como as suas principais
características formais: