Yutá foi nosso primeiro amigo Mehinako. O vídeo acima foi produzido na casa da serra da cantareira em 2011, numa das vindas de Yutá à São Paulo, e foi feito com madeira pinus, de uma árvore que havia sido derrubada.
Hoje, nosso espaço do Ponto Solidário representa a Associação indigena Ahira – etnia Mehinako – aldeia Utawana – Xingu, na cidade de São Paulo. Temos a alegria da amizade desse povo e ainda a de poder divulgar sua cultura através de seu artesanato .
XEPI
O banco é uma das artes mais trabalhadas pelos Mehinako com muita criatividade. O banco, chamado de xepi na língua Mehinako (Aruak), é produto feito para as pessoas sentarem. São feitos em várias formas: desenho de pássaros, animais, tracajá, jacaré, anta, paca, tamanduá e outros.
O banco pode ser pintado com diversas pinturas. Se não preferir que pinte não será necessário, usando apenas lixa e óleo de pequi para ficar liso e escorregadio.
Existe banco tradicional que se usa muito pouco hoje é simples e pouco caprichado, porém, é lixado. Antigamente o banco era só feito para uso de casa, hoje em dia se faz para venda.
A criatividade demonstrada pelos artesãos nos bancos faz parte da evolução de criatividade deles que produzem artesanatos em seu dia-a-dia, sendo uma de suas novas descobertas de arte em produzir. Eles gostam disso. Antigamente não foi diferente, e fizeram muitos bancos de diferentes formas e trabalhados.
“Na nossa cultura o banco de duas cabeças possui significado importante, porque simboliza pessoa importante”- disse Yahati Mehinako.
Mitologicamente os pássaros de duas cabeças foram grandes principais lideres dos pássaros, urubu rei e gavião, por exemplo, que foram lideres importantes e eram de duas cabeças. Por isso, o banco de duas-cabeças ganha significado importante, ‘destinando-se ao uso do líder principal da comunidade, quer dizer, pertence somente o líder do povo, não às pessoas comuns. Enquanto os bancos comuns de uma ou sem cabeça pertencem aos membros de comunidade, que são lideranças de segundo nível e as pessoas comuns que compõe a comunidade- relata Yahati
texto produzido pela Associação Indígena Ahira.
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