29.05.2013
A 5ª edição do Papo Artesanal contou com a presença de João Werreria e sua família, da etnia Karajá ou Iny (como se autodenominam), que vivem na Ilha do Bananal em Tocantins.
João é uma importante liderança indígena Iny ou Karajá e atua como conselheiro em diferentes aldeias Karajá. Geógrafo, João já trabalhou na Funai e representa o Brasil em várias causas indígenas. Sua esposa Myralú Larry é presidente da Associação de Mulheres Indígenas AHIMA, além de técnica em enfermagem. Atua no trabalho de conscientização da saúde do seu povo indígena.
Narubia Werreria, filha do casal, também participou do bate papo. Estudante de direito, Narubia fez parte do processo de reconhecimento das bonecas Karajá como Patrimônio Cultural do Brasil em 2012. Participou há poucos dias de um lançamento de livros em Genebra na Suíça, onde lançou seu primeiro livro “RITXOKO” – boneca na Língua Karajá.
No evento foram abordados aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos que permeiam a aldeia atualmente.
João Werreria abordou a tradição do círculo tatuado no rosto dos Karajás, que está ligado à passagem da criança para a adolescência. Alguns não o tatuam mais, mas pintam o rosto, pois os círculos são a marca da etnia. João afirmou que as pinturas corporais são para os índios ficarem bonitos.
Em relação as tradicionais bonecas Karajás, consideradas Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN em 2012, a família conta que as crianças brincam com elas muitas vezes vestindo-as com tecidos coloridos e que sua produção é feita de geração para geração. Desta forma, a cultura Karajá afirma que não haveria bonecas se não houvesse crianças na tribo.
Este Papo Artesanal foi marcado por emocionantes, alegres e tristes histórias de um povo que luta para ser reconhecido e ter seu trabalho valorizado.
Veja o álbum de fotos clicando aqui.
Agradecimentos
Família Karajá: João Werreria, Myralú Larry e Narubia Werreria
Miriam Orensztejn
Parceiro: Artesol
Apoio: Café da Casa, Casa Amarela, Victor Fisch.