4° Papo Artesanal

4ª edição do Papo Artesanal  com a presença de Espedito Seleiro

Artesão de Nova Olinda, sul do Ceará. Com 73 anos, Espedito trabalha com a ajuda da família na produção de acessórios, mobiliários e peças de vestuário em couro.  Já desenvolveu uma coleção de bolsas e calçados para a grife Cavalera em 2006, onde participou do São Paulo Fashion Week, e a partir daí criou outras coleções para grifes renomadas.

Tudo começou por causa de uma tradição, um costume, como se diz no sertão. Seu bisavô, seu avô e seu pai eram todos seleiros, além de vaqueiros. Quando terminava o dia no campo atrás do gado, seu avô acendia uma lamparina e naquela luz leve fazia uma sela para ele próprio ou para alguém que encomendava. Espedito Seleiro lembra que isso era motivo de orgulho. “Ele gostava muito quando saía numa sela nova para pegar o gado”, afirma.
Esse costume foi passando e chegou ao jovem Espedito. Mas aconteceu um contratempo. No início da jornada de seleiro achou que seria melhor comerciante. Montou uma bodega que faliu em um ano. Resultado: voltou para a profissão de seus ancestrais.
Como seleiro manteve sua vida, sustentou a família e ajudou a criar os irmãos todos mais novos.

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Papo Artesanal é um projeto do ArteSol e  Ponto Solidário, que conta com a promoção da integração entre artesãos, diferentes atores do segmento artesanal brasileiro e o público em geral.

Reconhecendo a importância da difusão do conhecimento em relação ao saber artesanal e ao contexto das comunidades artesãs brasileiras, o projeto promove um espaço de intercâmbio, discussões, oficinas do saber e mostras culturais. Suas ações são voltadas para a aproximação dos interessados pelas  histórias de vida de mestres artesãos, técnicas artesanais tradicionais e sua produção inseridas no universo da economia criativa, tendo em vista que muitas vezes não se tem a possibilidade de conhecer as comunidades e de estar em contato com esses mestres.

O Projeto pretende acontecer mensalmente, alinhando a participação bimestral de artesãos tradicionais de diferentes estados brasileiros e a participação de outros atores do segmento artesanal, refletindo sobre as potencialidades e limitações do setor.

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Foto: Leonardo Tenan 

 

 

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