Sentadas na calçada e ao sabor do vento, conversando alegremente elas se reúnem para a confecção de belas peças em agave. São as Marias do Agaves do Bairro Santa Luzia – PI
A matéria prima é a fibra do agave extraída da Sisal, originária do México e que é encontrada no litoral piauiense, embora o período chuvoso tenha dificultado a extração, fazendo com que o grupo recorra a cidade de Juazeiro do Norte – CE, para a compra do agave.
Os moldes para confecção das peças são riscados em folhas de papelão, onde é fixada a trança, que é o ponto de início de todo o trabalho em agave. A partir da trança, começa o bordado que irá dar forma à peça.
Tudo começou com a chegada de D. Francisca a Parnaíba, com oito filhos pequenos e marido sem emprego. Na rua muitas mulheres trabalhavam com o agave e D. Francisca iniciou o aprendizado, fazendo a trancinha e as filhas fazendo o acabamento das peças, cortando pontas de agave. D. Francisca logo aprendeu o trabalho com o agave e ensinou às filhas. Em seguida, passou a trabalhar para a cooperativa de D. Almira Silva. Hoje aprende com as filhas as novas modelagens e acompanha o trabalho do grupo, agora sob a coordenação de sua filha Edna, que criou a associação Marias da Agaves.
Maria Edna, filha de D. Francisca, lembra que o trabalho começou há 15 anos e que veio a necessidade de montarem o próprio grupo. Edna tomou a frente e fundou o grupo Marias da Agaves e logo saíram em busca de informações e parcerias com o SEBRAE. Nesta parceria o SEBRAE divulga o trabalho nas feiras e sempre que precisam de cursos como: formação de preços, novos designers, o SEBRAE traz.
Edna é quem faz os contatos e a comercialização dos produtos nas feiras. Segundo Edna, cerca de um a dois meses após as feiras é que surgem as encomendas dos contatos das feiras, que passam a clientes permanentes.
Quando visitei o grupo, estavam trabalhando um vestido de noiva sob encomenda. Edna informou que a confecção do vestido é feito por duas pessoas em duas semanas e meia, se for trabalhado diariamente
Qualquer pessoa que quiser, pode aprender e participar do grupo. A princípio, enquanto aprende não ganha nada, à medida que se dedica, começa a ganhar. A retirada mensal pode chegar a mais de um salário mínimo.
O Período de maior trabalho do grupo são os períodos de férias e final de ano. “Somente três meses não é muito bom de venda: março, abril e maio”, diz Edna. Nesse período o grupo aproveita para estocar produtos e criar novos modelos. Passado esses meses, vêm feiras de Luis Correia, Pedro II, Piripiri, Recife e São Paulo.
Para encerrar a nossa conversa, o principal: Por que Marias da Agaves?
Sorrisos e uma das Marias conta que, marcaram uma reunião para escolha do nome do grupo e na hora de preencher as fichas, quando o nome Maria não vinha primeiro, vinha por segundo. Um dos rapazes que acompanhava o grupo sugeriu o nome Marias da Agaves, de vez que todas tinham Maria no nome.
O resultado não poderia ser outro!
(fonte: pró- Parnaiba – Dora Rodrigues)